quinta-feira, 2 de julho de 2009

between You and I.

Aquela noite havia sido muito cansativa!
Por mais que ela tivesse insistido que consiguia andar até em casa (com seu salto de verniz nas mãos), ele a forçou a subir em suas costas, para ser levada até em casa sem sujar os pés.
Com a caminhada aconchegante e leve de seus pés, ela adormeceu (não sabia se era por causa da grande quantidade de bebida e comida ingerida, ou era simplesmente cansaso).

Seus sonhos foram como oceanos, com cardumes intermináveis de salmões e copas de arvores lhe cobrindo o corpo com sua grande sombra. Essa era a eterna sensação que a acompanhava em seu cotidiano de agora, pois ele fazia parte dele. Como poderia descrever? Era simplesmente fantástico estar ao lado dele! Ele era tudo que ela sempre quis e uma só pessoa. Ele a acompanhava, não andando nem mais rápido, nem mais devagar, sempre lado a lado. Nunca se esforçou para parecer interessante ou chamar sua atenção sempre que estavam juntos, ele era... Ele! E não precisa de mais do que isso para amá-lo. Ele a corrigia, sem invadir seu espaço e sem ameaçá-la. Era sincero e adorava vê-la com seu bico insatisfação... e era nessa hora que ele roubava um beijo, seguido de um sorriso, que a fazia sentir como se seu corpo inteiro ficasse dormente. Ele não a fazia sentir necessidade dele, e nem ela o sentia, mas não havia nada mais apavorante, mais lancinante, do que a idéia de se separar dele. Ele tinha muitos defeitos, como qualquer mortal, mas suas qualidades falavam mais alto do que qualquer um deles.

Ela já havia sentido cheiros melhores (mesmo que ele usasse o perfume preferido dela), já havia visto meninos mais bonitos, mas ela não conseguia fazer seu pescoço mover sua cabeça pra outra direção, se não pra que ele estava, quando andavam na rua de mãos dadas, e realmente sentindo que estavam entrelaçados pelo corpo e pelo coração.

Quando ele a conheceu, logo notou que ela tinha necessidade de ser amada, mesmo que resistisse a isso veemente. Ele se aproximou, sem acelerar as coisas, sem se sentir avontade demais; só fazendo piadinhas e jogando indiretas, quando sabia que ela iria gostar de ouvir, pois conhecia seu sorriso forçado, o que era uma raridade, pois todos acreditavam em qualquer sorriso que ela desse, apenas ele era exigente em receber e sempre despertar os sinceros. E o mais perfeito de tudo isso: ELE A AMAVA! E até o momento, ela não sabia por que nem como, mas só queria deixar assim, como estava, por que agora, parecia que sua vida só podia ‘acontecer’ se fosse em volta dele, como a lua em volta da Terra.

Ele chegou a casa dela. Ela acordara a umas 2 quadras dali, mas mantia os olhos fechados para ter a desculpa de ficar onde estava.

Eles foram recebidos pela mãe dela, que o mandou subir e colocá-la na cama, apenas tirando os sapatos de sua mão, que escorregavam.

Quando entrou em seu quarto, a colocou na cama: delicado e tentando não a acordar, inutilmente. A cobriu e a fitou por uns instantes.

“o que ele esta pensando?” se perguntou ela, sem abrir os olhos.

“Eu te Amo” disse sua voz doce um pouco perto de seu ouvido e pareceu se afastar. Nesse instante, ela agarrou sua camisa e se levantou rapidamente: “Fica comigo esta noite” pediu ela. Não queria se afastar dele aquela noite, não queria deixa-lo ir pra nenhum lugar que não fosse o quarto dela.

Ele pareceu refletir, mas logo se voltou pra ela sorrindo, Puxou rapidamente um ursinho e colocou sua cabeça, se deitando a beira da cama, pescando a mão dela, enrolada nos cobertores, e a segurou.

Ela sabia, ele a respeitava mais do que a si mesmo, e nunca haveria de dar outro significado a seu convite. Estava ali, olhando aqueles olhos profundos e sentindo seu sangue ferver a cada piscada.

“Sua mão está quente” disse ele, mantendo o sorriso. Ela tentou acalmar sua corrente sanguínea, que parecia ter acelerado, querendo competir com a velocidade da luz.

Conversaram por uns instantes (que foram na realidade, horas.)

“boa noite.” Ele se despediu, ainda segurando a mão dela.

“boa noite.” Respondeu, voltando a sonhar com os cardumes, copas... e o rosto daquele garoto, que a fazia se sentir humana... e mulher.

Um comentário:

  1. Bah, eu queria fazer um comentário apenas sobre o post, nada de elogios por fora, para não perder o foco, mas não dá. Você escreve absurdamente bem, de modo que fiquei preso lendo. Parabéns mesmo.

    Agora apenas sobre o post. XD
    Adorei o modo como foi narrando a história, o modo como agia/agiu os personagens e o sentimento envolvido nisso tudo. Devo dizer que é inspirador.

    De todo modo, não tenho palavras para o post. Não sei porque, mas descrever ele é difícil. Então deixarei essas palavras mesmo.

    :*

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