Keep Holding On.

"Ah que alivio" sentiu ao entrar naquele mundo só seu!

Há de ter um lugar melhor do que uma livraria? Eu pessoalmente só conheço um.

Ela sabia que enquanto estivesse ali, tudo o mundo fora das belas portas de vidro se dissolveria em pleno silencio.

Se sentia tão 'em casa' ali. Quem sabe, dai a vontade de não querer voltar todos os dias pro seu 'real' lar.

Ali se encontrava com pessoas que realmente queriam um conhecimento a mais na vida e, se tivesse que encontrar 'alguém', sentia estar no lugar mais do que apropriado.

Era tão cheiroso, tão convidativo, tão gostoso, tão grande, tão... Tudo!

É lei ter que se casar com uma pessoa de carne e ossos? Porque ela sentia que poderia se casar com uma livraria, com certeza. Olha como era completo: Lhe dava conforto (com suas inumeras cadeiras, puf's e almofadas), lhe dava amor (a mil livros de romance em quase todos os setores), hle dava segurança finaceira (quanto vc acha que custa um livro?), lhe fazia se sentir em casa... que marido chega a tudo isso hoje em dia? Ela rio levemente.

Ah! Claro, como esquecer, a comida! Nada que um café dentro da própria não resolvesse, até comida oriental tinha.

Confesse, refletiu sobre isso também não é?

E o melhor? Naquele lugar, ela era aceita do jeito que era. De quadrinhos à livro de filosofia, a única coisa que tinha que fazer, era ter a vontade de entrar.

Logo quando chegou, ela já logo esquadrinhou no local, o sexo oposto. Confessa que quase nada lhe agradou, mas melhor um bunitinho inteligente, do que um lindo ignorante, não?

Segundo passo, pegar os livros e se aconchegar em um macio puf amarelo e cair em seu mundo, pnde só precisava se preocupar em ouvir a gostosa musica de fundo em seu celular e acompanhar as frases com atenção.

A mãe e a irmã do meio questionavam o novo hobby, questionando como e porque gostava tanta de lá, por que? Se vcs estão fazendo a mesma pergunta, explico, como uma boa narradora: Era seu pequeno esconderijo feliz, simples assim. Ok, não ficou muito claro? Explico melhor: Ela não presica estar acompanhada, não precisa estar bem vestida (digo elegante, porque o bom recato cai bem até para ir a padaria), não precisava olhar aquilo como responsabilidade... Literalmente, desligava o mundo quando sentava no banquinho ou deitada nas almofadas em forma de frutas. Era tudo muito aconchegante como colo materno, daí a resistência quando tinha que sair pela porta de vidro e ligar o botão vermelho escrito 'vida'. A magia acabava desde ai.

Ela se sentia 'legal' só por estar lá! Não importava se tinha notas excelentes no colégio ou não, não importava sua vida financeira instavel ou não; sentia que seu valor já era extremamente estimado por estar lá, sentadinha com um livro na mão.

Rindo, pensou nas coisas que aquele lugar já tinha lhe proporcionado, tirando a muita cultura, claro: ele já havia lhe dado uma certa liberdade (acho que mesmo que explique, não entenderiam), lhe dado algo pra se segurando quando não houvesse mais nada, lhe dado novas oportunidades de alegria (porque, confessando, ela se sentia uma verdadeira 'burguesa' saindo do colégio, almoçando fora, indo a livraria, lendo por um tempo, e depois, indo tomar um chá/suco e comer uma torta em um café próximo (que geralmente, era o starbucks)), e, principalmente, lhe tirou o vazio que a muito sentia, era... completo. Como eu disse no inicio, 'simples assim'.

Eu não acredito em sorte ou em destino, mas acredito em atribuir valor as coisas, e no momento, a construção cheia de estantes estão me fazendo um bem 'danado'.

Entende oq eu quis dizer com tudo isso? Ou vc ainda está na fase de sair todas as noites para qualquer shopping da vida, pra não fazer nada?