sábado, 18 de maio de 2013

Lego House

E ai ele vem, o momento que vc nao acredita mais em nada, que vc para de crer em tudo, e torna sua vida um 'piloto automatico' e consente com isso, vivendo apenas a vida dos outros nos livros, filmes e em músicas, ficando sempre sozinha o máximo que pode.
Suas maiores crenças tornam responsabilidades apenas, seu convicção fraca a ponto de nem lhe fazer agir mais, seu amor em farelos no chão.
"Isso lhe fará se sentir mais vida" e essa era a última afirmação que eu gostaria de ouvir. Não faz ideia de como eu NÃO QUERO me sentir viva. Não é drama, não é algo adolescente do tipo 'vou me matar' é simplesmente consentir no o que vier, do que adianta se enganar pensando que as coisas vão melhorar? Elas não vão melhorar. É um jeito adulto de seguir em frente: apenas continuar sobrevivendo.
Isso foi afirmado pra mim a quase uma semana atrás e acredito que foi ai que eu entendi, a tendencia é sempre piorar e quando se esta feliz com algo, pelo menos eu, só penso o quanto vai piorar depois, porque é sempre assim, o sete anos das vacas gordas só funcionaram no Egito mesmo.
Para mim essa coisa de 'novo amanhã, as lágrimas secam com o sol' nunca funcionou, dormir apenas anestesia a dor, e na verdade, os sonhos fazem seu papel perfeito de nem deixar as horas de sono serem tranquilas.
Quando o alivio vem depois das lágrimas, penso que acabou, que já tudo conseguiu respirar, mas não, basta um pensamento para elas marejarem de novo, e que bom, uma vez tomei a decisão de não deixa-las mais cair, e foi muito mais sufocante do que ficar de baixo da água por vários minutos.

Ninguem pode lhe ajudar, vc apenas pode se esconder e é o que eu tenho feito. Se não posso enfrentar eu fujo.
Eu sou uma covarde, eu sempre fui, mas quem sabe só agora que eu posso aceitar isso.
Fujir não faz as coisas se resolverem, mas eu simplesmente desligo, e olho de vez em quando pra ver como estão as coisas, se elas melhoraram ou não, é ai que coloco o comando no 'manual', mas depois de ver que a coisa ainda tá uma merda, volto pro 'automatico' enfiada nos livros da livraria, com fones altos no ouvido e  tentando pensar em qual filme ver quando chegar em casa. É essa a rotina da descontrolada soldada que simplesmente não consegue aceitar, por isso ela desiste, e passa falsamente a não ligar pra qualquer coisa que acontecer, já que outras vontades sempre irão ser mais fortes.
A menor palavra, desmorona meu castelo, e claro que fingi ser forte quando a ouvi, mas meu ser é tão vulnerável que nem sei como ainda consigo interpretar.

Eu simplesmente posso dizer que sinto muito. Eu disse que acreditava e que sempre pensei que o futuro entre eu e ele é certo, mas é claro que não, eu ainda programo a bagunça e o desastre.
Sinto muito mesmo, é só, que não dá mais pra confiar.

- by Elize Blackmore

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